Médicos irão protestar contra contratação de profissionais de outros países

01/07/2013 00:00

Nesta quarta-feira, dia 03, a Avenida Paulista será palco de nova manifestação dos médicos, residentes e estudantes de medicina contra a intenção do governo federal de importar médicos sem revalidação de diplomas expedidos em instituições de ensino de outros países. A passeata sairá às 16h da Associação Médica Brasileira (AMB) e partirá rumo ao gabinete de representação da presidência da República, na Avenida Paulista, 2163. No local, haverá um panelaço simbolizando a necessidade de as autoridades abrirem os ouvidos ao clamor da população.

O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) discorda da opinião do governo de que faltam médicos no País. Há no Brasil uma média de um médico para cada 500 habitantes. Trata-se de um número satisfatório. O problema está na falta de financiamento para a saúde, ausência de insumos, aparelhos, recursos humanos e na má distribuição desses profissionais e isso acontece por não haver incentivo para atuarem nos locais mais distantes, além de não haver uma carreira de estado para o médico, o que daria segurança para o profissional se fixar em áreas de periferia.

De acordo com o dirigente do Simesp, Cid Carvalhaes, a proposta é ilusória e trará desserviço à população, pois esses médicos são profissionais tecnicamente despreparados para o atendimento à população brasileira. "Defendemos que todo médico formado fora do Brasil deve se submeter ao Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (REVALIDA), além de haver a necessidade, para os estrangeiros, de aplicação de prova de suficiência em língua portuguesa. Tais medidas são o mínimo necessário para garantir segurança às pessoas, principalmente as que residem em áreas carentes, essas que mais precisam de uma saúde pública de qualidade".

Como solução para o problema da falta de profissionais de saúde em áreas remotas e nas periferias, as lideranças médicas pedem a aprovação imediata da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 454/2009, que cria a carreira médica nos serviços públicos federal, estadual e municipal, semelhante à de juízes e promotores. De acordo com as entidades, incluindo o Simesp, o problema do atendimento integral, contudo, não depende somente da melhor distribuição geográfica de médicos.

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