Choque negocia com detentos e rebelião chega ao fim em Itirapina

Durante a manhã desta segunda-feira (15), após a chegada da Tropa de Choque da Polícia Militar, a rebelião instaurada desde a manhã do último domingo (14) na penitenciária Dr. Antonio de Queiroz Filho, conhecida como PI de Itirapina, chegou ao fim. Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que não houve invasão e que rendição foi feita de maneira pacífica, não ferindo nenhum dos 68 reféns.

Ainda de acordo com a SAP, três ônibus e 10 viaturas partiram da capital paulista para a penitenciária. Após negociações com o Choque, oficiais da PM entraram no local, liberaram os reféns e revistaram os internos. Esquadrão anti-bombas e tropa com cachorros foram utilizadas para garantir a ordem e nenhum dano ao patrimônio foi registrado.

Durante as quase 22 horas de motim, dois detentos foram assassinados pelos próprios internos e, em um dos casos, a vítima foi decapitada e teve sua cabeça exposta dentro do cárcere. Atualmente a Penitenciária de Itirapina abriga 602 pessoas, mesmo tendo capacidade máxima para 210 detentos.

Segundo testemunhas, o início da rebelião aconteceu quando uma visitante foi impedida de entrar no local durante as visitas por problemas na documentação. Agora, os criminosos reivindicam presença de médicos, atendimento judiciário, ampliação do horário de visitas (até às 16h) e ainda aparelhos celulares. 

''Eles pediram para não deixar o choque [Tropa de Choque da Polícia Militar - SP] entrar e judiar deles'', é que transmitiu a pedido dos detentos de Itirapina a mãe de um dos internos, Eliana Marcos da Silva, durante a noite deste domingo (14). Ainda de acordo com Silva, ela foi mantida refém desde o início da ação, por volta de 11h30, e libertada apenas às 13h30 com a condição de transmitir para a imprensa o pedido de afastamento do policiamento especial, vindo da capital paulista. ''Eles [detentos] não querem que o choque bata neles'', completa a mãe.