Gangue do boleto já desviou 8 bilhões

11/09/2014 00:00

Um novo golpe online já gerou um prejuízo de mais de R$ 8 bilhões a clientes de bancos no país. A gangue do boleto, como é chamada pela Polícia Federal, modifica o código de barras do boleto bancário, através de computadores infectados por vírus, e o dinheiro utilizado pelo correntista para pagar o documento é creditado na conta do criminoso.

Em Rio Claro, já existem registros de muitas vítimas, segundo o Procon. "A vítima só vai saber que sofreu um golpe quando receber um aviso do SPC [Serviço de Proteção ao Crédito] ou da Serasa, informando sobre o não pagamento do boleto".

A vítima deve procurar o Procon , e o órgão exigirá que o banco cumpra o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor.

"A responsabilidade é do banco, que não se preparou com todos os dispositivos de segurança necessários para evitar esse golpe. De acordo com o Código do Consumidor, ''o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores''. O ofício da Secretaria da Justiça diz que a fraude ocorre por falha no sistema bancário".

Até agora 495.753 boletos foram alterados pelos criminosos.

Esse golpe só ocorre porque o computador ou o dispositivo móvel do correntista foi infectado por um vírus. Por isso, os usuários de Internet e Mobile Banking devem tomar alguns cuidados.

Bancos investem R$ 20 bi

Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), fraudes na internet podem ocorrer quando o cliente não adota as medidas recomendáveis de segurança nos seus equipamentos para acesso à rede de computadores.

"Fortalecer a segurança é uma das prioridades dos bancos, porque tanto as instituições financeiras quanto os consumidores são vítimas dessa situação. Não há registro de invasão ou fraude eletrônica a partir dos sistemas internos dos bancos", diz a nota da Febraban.

Ainda segundo a Febraban, os bancos investem cerca de R$ 20 bilhões por ano em tecnologia da informação.

Sobre a gangue do boleto, a Febraban afirmou que não comenta investigações em curso, mas disse que o boleto bancário é um meio seguro de efetuar o pagamento de contas.

"As fraudes normalmente ocorrem nas cobranças sem registro, ou seja, quando o boleto é gerado e enviado para a casa de alguém, mas no percurso pode ter o seu código de barras adulterado por criminosos", diz a nota da entidade.